EGPCE Entrevista: Gestão do Conhecimento como estratégia para as organizações
Transformar informação em conhecimento para gerar resultados positivos. Essa tem sido uma das estratégias que as organizações estão adotando, contudo, tal iniciativa exige transformação de modelo mental e engajamento.
Para Dulce Ane Lucena, mestre em Administração de Empresas, servidora pública na Secretária da Fazenda (Sefaz) e instrutora do curso Gestão do Conhecimento e Desenvolvimento de Equipes com Foco na Gestão Para Resultados (ProGpR), valorizar e compartilhar o conhecimento traz muitos benefícios para a instituição.
No curso, realizado de 24 a 28 de abril na Escola de Gestão Pública do Estado do Ceará (EGPCE), a instrutora apresentou, de forma reflexiva, conceitos e ferramentas que auxiliam na implementação e desenvolvimento da Gestão do Conhecimento. Em sala de aula, o que se pôde perceber foi uma intensa troca de experiências, compartilhamento de saberes e muita integração entre servidores públicos de diversas setoriais do poder executivo estadual.
E para falar mais sobre o tema, a Escola de Gestão Pública conversou com Dulce Ane.
EGPCE – O que é a Gestão do Conhecimento (GC)?
DA: Na prática, quando você consegue transformar os conhecimentos tácitos (adquiridos pela experimentação e vivência pessoal) em explícitos (que podem ser documentados e facilmente replicados), registrando e disponibilizando para instituição e até para o público externo, você está fazendo Gestão do Conhecimento. Então, fazer isso é socializar o conhecimento para que ele atenda a geração presente, mas que também fique como um legado, uma memória que agrega valor à organização.
EGPCE – Quais os benefícios que os gestores podem obter a partir da GC?
DA: O benefício começa pelo compartilhamento de informações. Quando um gestor trabalha com uma equipe que sabe compartilhar informações, ele não tem somente uma pessoa dominando uma atividade, e na falta dessa pessoa, por exemplo, o Gestor consegue a informação com outras pessoas da equipe. Esse é um dos grandes ganhos. Além disso, as pessoas que são voltadas para a GC gostam de mudança, de multiplicar e socializar, então, ele teria uma equipe mais autodesenvolvida.
EGPCE – Para o Gestor que deseja implementar a Gestão do Conhecimento, como ele pode fazer isso?
DA: Começando por ele. Tem que começar pelo Gestor. Ele é o exemplo, o educador. Ao ir para uma reunião, por exemplo, o Gestor pode fazer registro daquelas informações, e depois socializar, na medida do possível, para que todos tenham conhecimento. O Gestor também pode incentivar as pessoas para que elas busquem o conhecimento que traz resultados.
EGPCE – Como a GC ajuda a identificar e potencializar as habilidades dos colaboradores?
DA: Tudo vai começar pelo autoconhecimento, que começa quando cada pessoa da equipe passa a entender no quê ela é boa e como sabe fazer tal coisa. E o Gestor colabora nesse processo como um aliado para o desenvolvimento delas. Isso faz com que o conhecimento que a pessoa possui possa chegar à equipe. Com isso, as habilidades estão sendo potencializadas.
EGPCE – Na sua opinião, como o Estado pode utilizar a Gestão do Conhecimento para melhorar os serviços prestados?
DA: Primeiro, fazendo a mudança de modelo mental que as pessoas ainda têm, no qual diz que informação retida é o que dá um certo poder para a organização. Então, com um forte trabalho de mudança, feito com muita sensibilização, é que transformamos essa mentalidade. Nisso, a capacitação profissional, o desenvolvimento das habilidades e o compartilhamento de saberes e experiências entre as instituições podem contribuir para que o Estado alcance mais resultados. E, mais, as instituições que possuem casos exitosos precisam ter isso validado e reconhecido, para ser como um exemplo que inspira outras.
28.04.2017
Escola de Gestão Pública do Estado do Ceará
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