EGPCE Entrevista: Gestão do Conhecimento como estratégia para as organizações

28 de abril de 2017 - 14:10

Transformar informação em conhecimento para gerar resultados positivos. Essa tem sido uma das estratégias que as organizações estão adotando, contudo, tal iniciativa exige transformação de modelo mental e engajamento.

Para Dulce Ane Lucena, mestre em Administração de Empresas, servidora pública na Secretária da Fazenda (Sefaz) e instrutora do curso Gestão do Conhecimento e Desenvolvimento de Equipes com Foco na Gestão Para Resultados (ProGpR), valorizar e compartilhar o conhecimento traz muitos benefícios para a instituição. 

No curso, realizado de 24 a 28 de abril na Escola de Gestão Pública do Estado do Ceará (EGPCE), a instrutora apresentou, de forma reflexiva, conceitos e ferramentas que auxiliam na implementação e desenvolvimento da Gestão do Conhecimento. Em sala de aula, o que se pôde perceber foi uma intensa troca de experiências, compartilhamento de saberes e muita integração entre servidores públicos de diversas setoriais do poder executivo estadual.

E para falar mais sobre o tema, a Escola de Gestão Pública conversou com Dulce Ane.

EGPCE – O que é a Gestão do Conhecimento (GC)?
DA: Na prática, quando você consegue transformar os conhecimentos tácitos (adquiridos pela experimentação e vivência pessoal) em explícitos (que podem ser documentados e facilmente replicados), registrando e disponibilizando para instituição e até para o público externo, você está fazendo Gestão do Conhecimento. Então, fazer isso é socializar o conhecimento para que ele atenda a geração presente, mas que também fique como um legado, uma memória que agrega valor à organização.

EGPCE – Quais os benefícios que os gestores podem obter a partir da GC?
DA: O benefício começa pelo compartilhamento de informações. Quando um gestor trabalha com uma equipe que sabe compartilhar informações, ele não tem somente uma pessoa dominando uma atividade, e na falta dessa pessoa, por exemplo, o Gestor consegue a informação com outras pessoas da equipe. Esse é um dos grandes ganhos. Além disso, as pessoas que são voltadas para a GC gostam de mudança, de multiplicar e socializar, então, ele teria uma equipe mais autodesenvolvida.

EGPCE – Para o Gestor que deseja implementar a Gestão do Conhecimento, como ele pode fazer isso?
DA: Começando por ele. Tem que começar pelo Gestor. Ele é o exemplo, o educador. Ao ir para uma reunião, por exemplo, o Gestor pode fazerDulceAne registro daquelas informações, e depois socializar, na medida do possível, para que todos tenham conhecimento. O Gestor também pode incentivar as pessoas para que elas busquem o conhecimento que traz resultados.

EGPCE – Como a GC ajuda a identificar e potencializar as habilidades dos colaboradores?
DA: Tudo vai começar pelo autoconhecimento, que começa quando cada pessoa da equipe passa a entender no quê ela é boa e como sabe fazer tal coisa. E o Gestor colabora nesse processo como um aliado para o desenvolvimento delas. Isso faz com que o conhecimento que a pessoa possui possa chegar à equipe. Com isso, as habilidades estão sendo potencializadas.

EGPCE – Na sua opinião, como o Estado pode utilizar a Gestão do Conhecimento para melhorar os serviços prestados?

DA: Primeiro, fazendo a mudança de modelo mental que as pessoas ainda têm, no qual diz que informação retida é o que dá um certo poder para a organização. Então, com um forte trabalho de mudança, feito com muita sensibilização, é que transformamos essa mentalidade. Nisso, a capacitação profissional, o desenvolvimento das habilidades e o compartilhamento de saberes e experiências entre as instituições podem contribuir para que o Estado alcance mais resultados. E, mais, as instituições que possuem casos exitosos precisam ter isso validado e reconhecido, para ser como um exemplo que inspira outras.

28.04.2017
Escola de Gestão Pública do Estado do Ceará
facebook.com/egpce | twitter.com/egpce